sexta-feira, novembro 22, 2024
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RIOgaleão Amplia Operações com Boeing 747 e Busca Nova Cargueira

Na última quinta-feira, durante a revelação dos vencedores do Prêmio de Eficiência Logística (PEL) de 2023, a concessionária RIOgaleão celebrou o ótimo desempenho dos primeiros meses do novo voo cargueiro internacional semanal do Aeroporto Internacional Tom Jobim – Galeão, do Rio de Janeiro, feito com Boeing 747 desde maio deste ano.

O Impacto do Boeing 747 nas Operações do RIOgaleão

O novo serviço da Atlas Air, vindo de Miami, nos Estados Unidos, todas as quintas-feiras, não está representando apenas mais capacidade para as importações da indústria fluminense, mas também está disponibilizando a possibilidade de transporte de cargas diferenciadas até o estado.

Isso ocorre porque o Boeing 747, popularmente conhecido como Jumbo Jet, pode abrir o seu nariz para o embarque de cargas de maiores dimensões, que não são possíveis de serem embarcadas nas portas laterais dos demais aviões cargueiros.

Um exemplo desse benefício vem da GE Celma, cujas instalações no estado do Rio de Janeiro recebem grandes motores aeronáuticos para manutenção. Antes, estes motores, quando vindos dos EUA, precisavam chegar por outros aeroportos, como o de Campinas-Viracopos, em São Paulo, e então serem transportados por rodovias até o Rio.

Benefícios para a Indústria de Óleo e Gás

Outro exemplo de indústria que ganha com essa nova opção é a de óleo e gás, que transporta grandes peças e máquinas, e antes também precisava utilizar outros aeroportos ou voos fretados para o Galeão de aviões com essa capacidade.

Com a chegada do Boeing 747, essas indústrias agora têm uma solução mais eficiente e econômica para suas necessidades logísticas, reduzindo o tempo e os custos de transporte.

Captação do Voo e Sucesso nos Resultados

O Gerente Comercial de Cargas e Desenvolvimento de Negócios do RIOgaleão, Leandro Lopes, explicou ao AEROIN mais detalhes sobre como foi viabilizada essa nova operação da Atlas Air no Galeão e as vantagens e resultados.

Segundo Leandro, até maio o aeroporto contava com dois voos da LATAM Cargo chegando de Miami, além de um voo da europeia Cargolux, mas a chegada da Atlas foi muito importante devido ao aumento da capacidade e ao uso da aeronave Boeing 747.

“A gente está aumentando os voos de passageiro, então tem mais possibilidade de espaço de carga nos porões. Mas existem algumas indústrias que demandam o cargueiro, como a carga de DG [“dangerous goods”], que são produtos perigosos; a de óleo e gás, de grandes dimensões, grandes peças, ferramentas; alguns cabos que vêm em carretéis muito grandes; a demanda de motores da GE Celma, que tem modelos que cabem em avião menor, como no 767 da LATAM, mas os grandes motores GEnx, que são do Boeing 777, elas só cabem no Boeing 747”, explica o executivo.

Desafios e Estratégias de Viabilização

Mas a estreia deste voo não ocorreu naturalmente, apenas pela decisão da companhia aérea em fazer a operação. Foi necessário um longo trabalho de captação, que começou meses antes, com conversas com a Atlas Air em Miami, e depois, a RIOgaleão trouxe os executivos da empresa para conhecer a demanda existente no Rio de Janeiro. Mesmo assim, ainda foi necessário dar uma garantia da viabilidade de operação.

“Nós os trouxemos na planta da GE, fizemos todo um trabalho de convencimento deles nesse processo. Mas, quando chega no final, você tem, de um lado, um cliente que afirma que terá a carga para embarcar se houver o voo; e do outro, você tem a companhia aérea afirmando que fará o voo se houver clientes se comprometendo em contratar o transporte de suas cargas no avião. E a gente só conseguiu resolver isso garantindo à Atlas Air que nós pagaríamos a diferença para viabilizar a operação se o voo não atingisse a viabilidade”, disse Leandro.

E a confiança de que a operação era viável se mostrou acertada, uma vez que, nestes 3 meses de operações, a RIOgaleão não precisou intervir com sua garantia. O break-even (limite mínimo de viabilidade) do peso específico estabelecido pela Atlas está sendo superado com folga nos voos, ao ponto de já haver conversas para a implantação de uma segunda partida semanal.

Perspectivas Futuras e Novas Parcerias

Segundo Leandro, com a frequência de dois voos por semana da Atlas, totalizando quatro cargueiros dos Estados Unidos, não haveria apenas o benefício de capacidade adicional no volume de carga, mas também maior flexibilidade para o envio das cargas diferenciadas que só são embarcadas no Boeing 747.

“Se o voo é realizado na quinta e o cliente tiver uma demanda no domingo ou na segunda, precisará esperar até a quinta para embarcar. Quando se tem dois por semana, há uma redução nesse tempo de transporte”, concluiu.

Patrick Fehring, Diretor de Negócios Aéreos do RIOgaleão, também destacou que um segundo voo ainda traria alguns benefícios para a própria Atlas. “É mais fácil para eles a logística de pilotos”, disse o executivo, referindo-se às escalas dos pilotos, “e para o caso de uma aeronave ter algum problema técnico”, completou, referindo-se a ter menos dias até que outro voo regular chegue para transportas as cargas do avião afetado ou para trazer peças para o reparo, por exemplo.

Nova Empresa Aérea

Patrick também comentou sobre a expectativa de que o RIOgaleão Cargo passe a contar com operações regulares internacionais de uma nova empresa aérea estrangeira.

Segundo o Diretor, a concessionária vê oportunidade com a Avianca Cargo: “Ela está recebendo aeronaves A330, está crescendo no mercado brasileiro e a entrada dessas aeronaves traz mais competitividade”.

Hoje, a Avianca tem 14 voos de passageiros por semana entre a Colômbia e o Galeão, com aeronaves Airbus A320, que só podem transportar cerca de uma tonelada de carga nos porões. Assim, a realização de voos da divisão cargueira da companhia seria uma possibilidade real, na opinião do executivo.

“Aumentou a capacidade de cargueiros na América Latina. A Avianca está recebendo, a LATAM converteu bastante Boeing 767 de passageiros para cargueiros, então essa capacidade tem que ser alocada, e o Rio tem segmentos crescendo muito. O aeroespacial cresceu 21% no primeiro semestre. Óleo e gás está crescendo nessa mesma velocidade, estamos vendo alguns segmentos interessantes crescendo”, concluiu Patrick.

Conclusão

O RIOgaleão está se destacando como um hub logístico importante, especialmente com a inclusão do Boeing 747 nas suas operações. A chegada da Atlas Air e a possível entrada da Avianca Cargo são passos significativos para aumentar a capacidade e a eficiência do transporte de cargas no Rio de Janeiro.

Perguntas Frequentes

1. Qual é a principal vantagem do Boeing 747 para o transporte de cargas?

O Boeing 747 pode abrir o nariz para embarcar cargas de grandes dimensões, algo que outros cargueiros não conseguem.

2. Quais indústrias se beneficiam mais com o novo voo da Atlas Air?

Indústrias como a de óleo e gás e a aeroespacial, que necessitam transportar grandes peças e máquinas.

3. Como o RIOgaleão viabilizou a operação da Atlas Air?

Garantindo à Atlas Air que pagaria a diferença para viabilizar a operação se o voo não atingisse a viabilidade.

4. Quais são as perspectivas futuras para os voos cargueiros no RIOgaleão?

Há conversas para a implantação de uma segunda partida semanal da Atlas Air e a possível entrada da Avianca Cargo.

5. Qual é a importância de ter dois voos semanais da Atlas Air?

Maior flexibilidade para o envio das cargas e melhor logística para a companhia aérea.

6. Quais são os benefícios para a Atlas Air com a segunda partida semanal?

Facilidade na logística de pilotos e menor tempo de espera para resolver problemas técnicos.

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Marco Aurelio Duarte
Marco Aurelio Duartehttps://fanplane.com/
Natural do Rio de Janeiro formado em Gestão de Empresa na Faculdade de Cienc. e Adm. SP Apóstolo, "adoro leitura e escrever conteúdo para rede social, estudioso de temas relacionados com automobilismo, tecnologia, aviação e marketing aeronáutico há uma décadas", nos meus dias de folga adoro ir à praia, passear com a família, cinema e viajar.
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